Ficar em casa

Olhando para esses novos modos de existir em que no mesmo espaço físico operam a vida pessoal e o trabalho, proponho uma discussão acerca deste novo processo de organização da vida cotidiana olhando para alguns aspectos.

FICAR em casa FAZENDO O QUE E COMO ?  o início da conversa de hoje !

Atualmente o trabalho doméstico se mistura cada vez mais com a produção de renda, se torna EMERGENCIAL INVESTIGAR COMO vivemos e quais são nossas necessidades e vontades DO COTIDIANO e tudo que nos organiza  corporalmente.

QUAIS SÃO OS ENCONTROS inevitáveis do dia a dia ?

Somos seres gregários, sujeitos vivos que se associam com outros para viver, é inevitável pra a condição do vivo se relacionar para formar os próprios comportamentos de sobrevivência, não é diferente na atualidade em que a tecnologia digital nos distância dos encontros presenciais mas não alcançam todas as sensibilidades da nossa percepção; olfato, paladar, temperatura, texturas etc.

 QUANTO TEMPO ESTAREI em REDES SOCIAIS e DENTRO DE CASA ?

O Tempo lógico, este do relógio convencional nos conta que estaremos cada vez mais tempo dentro de casa, o relógio biológico sempre exigirá ações práticas de cuidados e cultivo e o tempo digital não tem limites porque é voraz por atenção. São diferentes modos de compor CORPO e DIÁLOGO nesta conversa sobre TEMPO e VIDA COTIDIANA, afirmações de singularidades, e não vamos perder de vista que o pensamento hegemônico, este que é ditado pelo consumo e acúmulo do capital tem horror ao singular e ao tempo do cultivo, desqualifica o trabalho manual e a artesania dos nossos hábitos.

QUAL A IMPORTÂNCIA DO FAZER SIMPLES ?

Não vamos confundir simples com simplório que em nossa língua portuguesa tem a mesma origem. Para nós aqui nesta CONVERSA a importância do SIMPLES está na ordem dos gestos assertivos, da clareza expressiva, daquilo que realmente comunica por que exclui os excessos, diminui volumes desnecessários.

E VOCÊ , C O M O   V O C É    F A Z   ?

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Autor: glaucosoto

correspondente|Psi

18 comentários em “Ficar em casa”

  1. …. realmente o fazer simples não pode desqualificar o cultivo do cuidado….nesse tempo, esse é o primeiro tema , que me provocou sair do mergulho existência, que estou experimentando e vivendo com prazer singular.

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  2. Realmente nesse momento em casa estou percebendo mais algo já sabido, mas que nunca havia parado para pensar, como as trocas online vivem num relógio próprio onde nunca existe o cedo demais, tarde demais, horário de almoço ou descanso… como dito, é mesmo sem limites e voraz por atenção.
    E percebi como me rendia demais a esse tempo urgente e me fazia mal. Ainda não consegui me livrar totalmente pois trabalho online, mas estou sendo mais consciente com o uso desse meio para diminuir a ansiedade e aumentar o tempo em que estou realmente conectada e prestando atenção no mundo real e em mim mesma

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  3. Podemos criar a cura aprendendo a ser gentis e a cuidar um do outro e de nós mesmos durante esse período… tempos de empatia e ressignificação.

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    1. Oi Jéssica, agradeço seu comentário aqui no BLOG, tenho vontade que este espaço também possa distribuir gentilezas e cuidados! contente em te ver por aqui !

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  4. Esse tempo de quarentena tem me dado mais tempo para fazer o que eu sinto mais prazer, porém ao mesmo tempo sinto que to perdendo todos os dias sem nenhuma responsabilidade pra fazer, já que estou sem trabalhar. Tempo de autoconhecimento, só queria não me sentir tão inutil

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    1. Oi Maria! já me senti assim também! Meio q feliz e culpado por estar aliviado. Parece que se dedicar unicamente a si próprio, não é justo. Mas depois aprendi que trabalho muito quando cuido da minha casa, de mim e de quem está perto! Daí passa sensação de sermos inúteis! rs

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  5. Pra mim, este momento só reforçou o senso do que realmente tem importância e precisa ser incluído em minha vida e o que vai ficar de fora. Por outro lado, a agitação virtual tem ocupado tempo demais!

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  6. Em alguns dias, percebo que passo menos tempo no virtual do que passava antes do confinamento. Em outros dias, fico quase online 24h, com diversas experimentações e usos.
    Sinto que a artesania está em viver o presente a cada dia, sendo que pouco tem importado o nome dos dias da semana, mas que cada um deles se difere pelos acontecimentos nesses micro mundos de espaço-tempo que chamamos de dias.
    O fazer simples está desde no café preto pela manhã, no arroz com feijão no almoço, na aquerela e desenhos sem qualidade técnica, nas conversas monotemáticas com amigas, nas poucas roupas que se repetem entre tantas… Por hora, é isso.

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    1. Oi Paula, nessa artesania de viver o presente gostaria de te convidar para uma conversa semanal aqui no blog, você aceita ? Poderíamos conversar sobre isso que você chama de presença, o que acha? Sei da sua habilidade com processos diários de registrar e publicar suas investigações. Acredito muito neste fazer / desenhar diariamente a vida que queremos ter. Torcendo que aceite !

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  7. Eu estava no início somente sobrevivendo, pois a pouca liberdade que havia reconquistado desde que me tornei mãe e dona de casa, se acabou, pois passei a ter o cuidado integral dos meus filhos pequenos, e de um parceiro que faz home-office, além de todas as tarefas domésticas e de integração no país (curso de alemão) que imigrei há 6 anos atrás.

    Fiquei louca nas primeiras semanas e depois tive um alívio emocional desta carga mental, pois recebi a oportunidade de entrar num projeto de trabalho com amigos, que me permitiu pensar em um projeto de trabalho e criar perspectiva profissional, para sair deste cenário único doméstico e maternal, ainda que minhas horas de sono tenham diminuído, uma vez que que tenho trabalhado neste projeto as noites e nas madrugadas. Tem sido um cansaço que traz esperança e boa energia!

    Pra mim pessoalmente o mundo da intensificação e conexão virtual, tem representado esperança, perspectiva, ainda que não sejam alcançadas as sensibilidades da nossa percepção. Percebo que essa nova forma de se relacionar virtualmente tem sido para algumas pessoas, a possibilidade de desenvolver resiliência e sobreviver ao confinamento, criando ferramentas pessoais que permitem mais que sobrevivência, VIDA! Talvez como podemos pensar em uma vida virtual onde sensibilidades sejam alcançadas?

    Acredito que a forma de se relacionar, de trabalhar, entre outras, irão mudar significativamente- uma transição da vida cotidiana tida como “normal”, onde a gente se relacionava a nível social muito fisicamente, para uma vida social restritiva e, portanto, mais virtual, seja no trabalho ou nas relações sociais. Os encontros inevitáveis são impossíveis de serem evitados, negados ou excluídos, mas os evitáveis, serão na minha opinião, reconstruídos de outras maneiras, com máscaras e álcool-gel como parte do nosso cotidiano diário, e tudo isso parece um pouco assustador e curioso, pois as minhas perguntas diárias tem sido: Quando voltaremos a normalidade? Devemos entender isso tudo como limitação, restrição ou oportunidade?

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  8. Como trabalho no computador boa parte do tempo, tenho desativação de todo tipo de notificação que interrompa o que estou fazendo. Também mantenho o celular sempre no silencioso. Assim, tento escolher quando quero interação e não me deixar distrair pelas inúmeras “lives” e pop ups da quarentena. Nem sempre rola e as vezes a energia intensa da internet e toda sorte de notícias acaba me afetando negativamente.

    Outro experimento: participei de encontros online de prática de yoga, com pessoas conhecidas. Cada dia uma pessoa lidera. Nisso, experimentei a condução de uma narrativa de prática. Descobri que minha condução não é o yoga, mas um apanhado de experimentos corporais que coletei ao longo do tempo. Gostei de organizar a prática.

    Tento também reservar as manhãs para um mergulho e uma caminhada.

    Tô assuntando a ideia de criar uma janela de duas semanas sem trampo nenhum! E estimular um canal de escuta menos digital/cerebral e mais táctil/sensitivo pra diminuir a ansiedade do momento.

    Parabéns pelo blog!

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    1. Oi Paulo, agradeço seu comentário!
      Pela primeira vez me autorizei pensar em estratégias para não ser tomado pela emergência do trabalho via internet, por exemplo – desligar as notificações – e me imaginar algumas semanas sem nenhuma conexão virtual e então me aprofundar na presença física nos ambientes e com os objetos concretos a minha volta.
      Pensei escrever em papel e lápis as futuras publicações que compartilho por aqui, usar os tais rascunhos que muitas vezes falo sobre a importância deles no processo de organização pessoal e processos formativos.
      Muito bom, espero que volte a comentar suas experiências por aqui. abraço

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